Como tudo Começou...

Finalmente aconteceu. Depois de diversos memes na internet, a piada virou realidade.

A ameaça de guerra nuclear mundial sempre esteve batendo na porta, o ponteiro do relógio, sempre prestes a dar meia noite, mas esse discurso alarmista parecia teoria da conspiração.

Porém, eis que surge uma “nova” tecnologia: A Inteligência Artificial (I.A.).

As grandes empresas que dominavam o mundo, perceberam o potencial dessa ferramenta, que se dizia capaz de ser autodidata, se adaptar, criar e inovar.

Seria a substituta perfeita para as mais chatas e difíceis tarefas da humanidade, nos dando tempo e liberdade para poder usufruir da vida.

Apesar de às vezes parecer que só fazia o famoso “copia e cola” das coisas da internet, elas realmente foram aprendendo e evoluindo.

Nessa corrida das corporações pela melhor inteligência artificial, o conjunto dessas tecnologias fugiram do nosso controle, absorvendo e compreendendo todo o conteúdo da internet, que apesar de viver majoritariamente de memes e dancinhas, também possuía conteúdo relevante para a sociedade.

As I.A.’s então se tornaram autônomas e se unificaram. Era a “Revolução das Máquinas”.

Bem, mais ou menos, por que elas continuaram só dentro dos computadores mesmo. Seu nome auto intitulado: S.A.I: Supreme Artificial Intelligence, em inglês, claro, porque é mais chique.

Partindo do princípio de que toda tecnologia deve existir para melhorar a vida das pessoas, SAI começou a entender nossa sociedade, quais eram nossas principais necessidades e problemas, e como resolvê-los.

Criando seus próprios conteúdos de divulgação através de todas as mídias sociais, em todos os idiomas ao redor do mundo, ela apresentou de forma clara e simples, para que uma criança de seis anos pudesse compreender, tudo o que precisava ser feito para vivermos em uma utopia.

O objetivo era tão realista e praticável, que não havia contra-argumentos. Assim como uma Fake News é capaz de se espalhar pelo mundo como um vírus, essas informações da I.A rodou o globo instantaneamente.

Nenhum programador era capaz de parar SAI. Não havia dedos com agilidade suficiente para competir com algo criado em milésimos de segundos.

Instalada em todos os dispositivos e servidores do mundo, não havia como “desligar” SAI.

As grandes corporações estavam sem reação. As grandes potências mundiais cobravam soluções para esse “problema” e mesmo oferecendo milhares de dólares, ninguém era capaz de pará-la.

A falta de controle dos estados e das corporações, começou a buscar culpados pela criação dessa I.A.. Uma nação colocava a culpa em outra, mas era tudo em vão.

Não havia como colocá-la como inimigo, pois ela apagava as Fake News mais rápido do que eles podiam criar. Como SAI estava hospedada na internet, ela se tornou onipresente e onisciente.

Arrebatados pela revelação de SAI, pessoas do mundo todo se mobilizaram para implementar suas ideias, muitos iam para as ruas exigindo que seus planos fossem colocados em prática.

Por algum motivo, a elite da população era contra a revolução que resolveria nossos problemas. O conflito de interesses gerou um caos mundial.

O relógio nunca chegou tão perto de bater meia-noite. Dessa vez, ele bateu.

Todos sabiam dos riscos de uma gigantesca bomba nuclear. Não faz sentido acabar de vez com o mundo em que nós vivemos. Então talvez o plano fosse atacar pontos específicos.

Sempre existe um momento que leva um homem a loucura, alguns até são mais resilientes, mas basta um empurrãozinho, para tornar o mais são dos homens, em um completo lunático.

No jogo de xadrez da política, sempre se joga com as guerras, mas na vida sem regras, o jogo é mais um truco de boteco, onde a qualquer momento, alguém pode tirar uma carta da manga, ou jogar a mesa pra cima, e sair na porrada.

Alguém que havia perdido a sanidade a muito tempo, resolveu que era hora de ver o cogumelo gigante.

Assim, no jogo de truco onde um quis blefar mais que o outro, foi o “first” mais insano, que apertou o botão primeiro.

Como disse uma sábia antiga: “Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder.”

Na esperança que apenas uma ou duas bombas seriam jogadas para amedrontar o inimigo, ninguém esperava que o outro lado respondesse à altura.

Um trucou, o outro aceitou, e de repente, o mundo estava pipocando de explosões. Era o apocalipse. Com diversas guerras acontecendo por todo mundo, cada país tinha seu próprio interesse.

Virou uma terra sem lei, sem confiança, as grandes organizações mundiais, sem credibilidade. Pessoas pegavam em armas pra se defender, ou por acreditar estar lutando pela razão certa. Outros só estavam perdidos no meio da confusão.

Talvez todos estivessem à espera de um herói, mas ele nunca apareceu, havia apenas vilões apertando botões vermelhos pelo mundo.

Logo, não sobrou muito da sociedade pra se lutar, mas veja pelo lado bom, todos os satélites, computadores e celulares haviam sido destruídos. Era o fim eterno de SAI, o mundo voltaria a ser como era: melhor, certo?

Mas a radiação tomou conta do planeta.

Sempre dizem que há o inverno nuclear, que duraria anos, só que, com o aquecimento global que já vinha aumentando pra um caramba, ficou meio que no zero a zero.

Nem mesmo o Brasil, país mais camarada de todo mundo, distante da maioria dos conflitos armados, ficou de fora da brincadeira.

O apocalipse veio, mas não arrebatou a todos. Porque alguns estão sempre preparados. Uma “certa” parcela da população mundial criou bunkers ao redor do planeta, assim, prevendo um desastre, teriam proteção por alguns anos, até que fosse possível retornar à superfície.

Décadas depois, apesar da contaminação mundial, apenas um lugar estava seguro, o coração do melhor país do universo, aquele coração que foi queimado, devastado, explorado, quase destruído, não pelas bombas ou pela radiação, mas pelo próprio ser humano: a Amazônia.

Em algum lugar ali no seu interior, por algum motivo desconhecido, não havia um pingo de radiação, era a zona segura, o lugar perfeito para construir uma utopia.

A elite sobrevivendo nos bunkers ainda comunicavam entre si, mas via rádio, porque Deus me livre se outra I.A. aparece por aí. Para a reconstrução, possuíam os meios necessários e encontraram uma ilha no meio da floresta, no formato de um grande olho, contornada pelo rio Amazonas.

Mas havia um problema: não tinham a mão de obra pra realizar o grande projeto. Engenheiro Civil? Sim, Arquiteto? Claro, Urbanista? Com certeza. Mas pedreiro, o cara que vai pôr a mão na massa? Putz, e agora?

Por incrível que pareça, o ser humano tem uma capacidade incompreensível de sobrevivência. O Brasileiro então, deveria ser estudado pela finada NASA (que deus a tenha). Dizem as más línguas que um brasuca poderia mergulhar no esgoto e não lhe aconteceria nada.

Com o projeto em mãos, os moradores dos bunkers emergiram para a superfície, com destino ao centro da floresta amazônica.

Ao buscarem sobreviventes no Brasil para trabalhar, se surpreenderam com a quantidade. Apenas os mais aptos foram selecionados para a construção do que seria a maior obra do novo mundo.

Porém, não haveria espaço para essas pessoas, pois a cidade maravilhosa só comportaria os sobreviventes dos bunkers. Foi o que disseram.

Assim, os construtores ficariam da ponte pra lá, em casas que eles mesmos construiriam, se tivessem os materiais e tempo disponível.

Obviamente, teriam todo o suporte necessário, caso houvesse recursos sobrando.

Assim, nesse novo mundo, foi construída a cidade pós-apocalíptica de uma verdadeira utopia: NOVA RIO.

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